domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ecofrota de ônibus começa a circular na capital paulista

Postado em 11/02/2011 ás 15h30


Os veículos movidos a biodiesel, que compõem a Ecofrota, emitem 2% menos de dióxido de carbono. l Imagem:Prefeitura de São Paulo

A cidade de São Paulo estreou nesta sexta-feira (11) uma nova frota de ônibus criada para reduzir as emissões de gases de efeito estufa geradas pelo transporte público. Os 1.200 ônibus que começaram a circular possuem 20% de biodiesel em seu combustível.

A medida vinha sendo testada há alguma tempo e somente agora foi concretizada. Os veículos movidos a biodiesel, que compõem a Ecofrota, emitem 2% menos de dióxido de carbono. Esse é apenas mais um passo que a prefeitura dá em direção ao cumprimento das metas de redução para a capital paulista.

A qualidade do ar e a quantidade de gases poluentes que são emitidas pelos meios de transporte preocupam os paulistanos. Conforme informado pelo assessor de assuntos ambientais da São Paulo Transportes – empresa que coordena o transporte público feito através de ônibus na cidade -, Márcio Schettino, existe um estudo realizado pela USP mostrando que a expectativa de vida dos paulistanos diminui um ano graças à poluição veicular e os danos que ela causa à saúde.

Schettino também explicou que, mesmo que o biodiesel custe mais caro que os combustíveis tradicionais, os gastos extras não serão repassados à população, que paga atualmente a tarifa mais cara do Brasil. Segundo o assessor, o investimento será custeado totalmente pela prefeitura visando uma melhora na saúde da população.

Essa não é a única proposta para tornar os ônibus de São Paulo mais eficientes energeticamente. Estão sendo testados carros com motores híbridos e elétricos e a cidade já anunciou a compra de 50 veículos movidos a etanol.

A lei de mudança climática estadual define que nos próximos nove anos o estado consiga reduzir 20% das emissões de CO2. Além disso, toda a frota de ônibus da capital precisará circular com combustível mais limpo até 2018. Com informações do G1.

Redação CicloVivo

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Mini apresenta três versões de scooter elétrica

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Motocicletas elétricas da Mini

Imagens de três modelos de scooters elétricas foram divulgadas pela montadora Mini, pertencente ao grupo BMW. Os conceitos foram lançados ontem (30) no Salão Automotivo de Paris.

O projeto da MINI Scooter E, como foram chamadas, possui alguns detalhes inspirados nos automóveis da marca, como farol e espelhos retrovisores. As motocicletas terão um pequeno motor elétrico perto da roda traseira. As cores e o modelo devem ser voltados para o público mais jovem.

A scooter da Mini utiliza um smartphone entre o guidão como painel de instrumentos e de navegação. Funciona da seguinte forma: O condutor deve anexar o smartphone ao painel principal, acionando a motocicleta e ligando os controles e o motor.

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O painel pode ser controlado com um smartphone

Isso não impede que o celular possa ser usado durante a trajetória, o que facilitaria o acionamento de mapas de navegação, o acesso à músicas ou para fazer e receber ligações, já que pode ser conectado via bluetooth ao capacete do condutor.

Estima-se que o motor possa percorrer cerca de 62 km e atingir uma velocidade mácima de 31 mph. O objetivo é satisfazer as necessidades urbanas, fazendo com que a scooter seja uma meio de transporte ideal para as grandes cidades.


VIA: http://blog.eco4planet.com

Edifício em Osaka cria oásis em meio à cidade

Edifício em Osaka cria oásis em meio à cidade

Postado em 01/10/2010 ás 12h08
O complexo de escritórios possui oito andares de terraços verdes, que somam dez mil metros quadrados. Imagem: Jerde Partnership
Com a intenção de aproximar a sociedade à natureza num ambiente inóspito e urbanizado, foi criado um parque em Osaka, no Japão, que une o conceito sustentável com lojas, restaurantes, anfiteatro bem como um espaço para pequenas hortas pessoais.
Quando pensamos em shoppings centers a típica imagem que nos vem a mente é uma série de caixotes conectados com uma praça de alimentação como umas das atrações principais.
Porém, o Namba Parks, um gigante centro comercial em Osaka, Japão, muda totalmente a ideia de como um shopping deve parecer.
Com uma área total construída de 32 mil metros quadrados, o Namba Parks foi selecionado como um dos quatro projetos vencedores do concurso asiático Urban Land Institute’s (ULI) 2009 Award of Excellence. O empreendimento foi concluído em 2003 pelo escritório Jerde Partnership.
O Namba Parks foi construído depois que o estádio de Osaka foi fechado, e criou  uma grande oportunidade de desenvolvimento de comércio no local próximo a uma estação de trem, que fica a apenas uma parada do aeroporto de Kansai.
Como o complexo é uma das primeiras atrações que os visitantes vêem , o proprietário da Nankai Eletric Railway (Compania de Trem) resolveu criar uma espécie de “portal” para a cidade. O projetado foi pensado para ser um oásis em meio à densa cidade de Osaka.
O complexo de escritórios possui oito andares de terraços verdes, que somam dez mil metros quadrados. A imensa estrutura leva o conceito de teto verde à grande escala. Sua geometria criou formas que levam seus usuários à sensação de que eles estão no topo de uma montanha em meio à natureza, enquanto eles estão realmente no meio de uma grande cidade.
Os terraços ajardinados atravessam vários quarteirões, que ascendem progressivamente oito níveis, até alcançarem os 30 metros de altura da torre. Essas coberturas possuem árvores, gramados, desfiladeiros e penhascos, cachoeiras, riachos, lagoa e até mesmo espaço para horta.
Como o parque acompanha a rua, o acesso ao arvoredo, aos espelhos d’água e aos terraços exteriores é fácil. Para integrar visualmente lojas e restaurante ao parque, foram esculpidas fendas em seu interior. Além disso, existem terraços na cobertura onde acontecem shows ao ar livre promovendo a interação de pessoas.

FONTE:
http://ciclovivo.com.br

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Horário de verão economizará 5% de energia

Horário de verão economizará 5% de energia

Foto: BrunoMessina

O horário de verão poderá proporcionar ao país uma redução de cerca de 5% no consumo de energia durante o período em que os relógios estarão adiantados em uma hora.

Nos últimos dez anos, a adoção da medida proporcionou uma redução média de 4,7% na demanda por energia no horário de maior consumo, segundo o Ministério de Minas e Energia.

O próximo período do horário de verão vai de 17 de outubro próximo a 20 de fevereiro de 2011. No ano passado, o horário de verão teve início no dia 18 de outubro de 2009 e vigorou até o dia 21 de fevereiro último. O principal resultado foi a redução na demanda de energia elétrica de aproximadamente 4,4% no Sudeste e Centro-Oeste e de 4,5% no Sul.

Para o coordenador do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), Nivalde de Castro, o horário de verão é uma medida positiva, pois a economia de energia corresponde ao crescimento de um ano na geração de energia elétrica do país. “Isso é uma vantagem muito grande, porque permite que o Brasil não precise investir em novas hidrelétricas e termelétricas.”

O horário de verão é adotado sempre nesta época do ano por causa do aumento na demanda por energia, que é resultado do calor e do crescimento da produção industrial às vésperas do Natal. Neste período, os dias têm maior duração por causa da posição da Terra em relação ao Sol, e a luminosidade natural pode ser mais bem aproveitada.

No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932 pelo então presidente Getúlio Vargas e durou quase meio ano. Atualmente, vários países fazem mudança no horário convencional para aproveitar melhor a luminosidade do verão.

Desde 2008, foram estabelecidas datas fixas para o início e término do horário de verão no país: a mudança ocorre no terceiro domingo de outubro e termina no terceiro domingo de fevereiro. Se a data coincidir com o domingo de carnaval, o final do horário de verão é transferido para o domingo seguinte.

FONTE:
http://blog.eco4planet.com/2010/09/horario-de-verao-economizara-5-de-energia/

Ipea mostra que mudanças climáticas podem reduzir capacidade de geração energia

Ipea mostra que mudanças climáticas podem reduzir capacidade de geração energia
Na agricultura, o aquecimento do clima só não afetaria as lavouras de cana-de-açúcar

22 de setembro de 2010 | 17h 42
 
Agência Brasil

As mudanças climáticas poderão provocar, nas próximas décadas, impactos "alarmantes" em algumas bacias hidrográficas brasileiras, especialmente no Nordeste. A redução dos estoques de água até 2100 seria mais moderada na Região Norte. Mas, nas demais, pode haver redução da capacidade de geração de energia hidrelétrica, de 29,3% a 31,5%. Os impactos seriam menores no Sul e no Sudeste, mas não o suficiente para repor as perdas das regiões Norte e Nordeste.Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em diagnóstico que consta da quarta edição do Boletim Regional, Urbano e Ambiental.

Na agricultura, o aquecimento do clima só não afetaria a lavouras de cana-de-açúcar. As plantações de soja sofreriam redução de 34% a 30%, as de milho, de 15%, e as de café, de 17% a 18%, com agravamento mais sério na cultura de subsistência no Nordeste. A quarta edição do Boletim Regional, Urbano e Ambiental, divulgada hoje, avalia que o impacto sobre as culturas agrícolas poderia ser compensado ou amenizado nas próximas décadas com modificações genéticas dos produtos, o que exige investimento anual de R$ 1 bilhão em pesquisas.

O uso de combustíveis renováveis, no lugar dos derivados de petróleo evitaria emissões de 203 milhões a 923 milhões de toneladas de gás carbônico em 2035, de acordo com o estudo. A produção necessária para obter os combustíveis alternativos envolveria o uso de 17,8 milhões a 19 milhões de hectares e não seria necessário usar áreas das culturas de subsistência nas regiões. A necessidade de produção dos alternativos não pressionaria o desmatamento da Amazônia. Mas, nas regiões Sudeste e Nordeste, no entanto, poderia haver danos florestais e de matas se não forem empregadas políticas adequadas para os biocombustíveis.

As populações das regiões Norte e Nordeste serão as mais afetadas nas próximas décadas se houver agravamento das condições climáticas no Brasil, o que pode aprofundar as atuais desigualdades regionais e de renda.

O documento associa os problemas climáticos ao aquecimento global e prevê resultados de longo prazo. A perspectiva macroeconômica traçada pelo estudo indica em uma das simulações que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional poderia ser, numa primeira hipótese prevista para 2050, de R$ 15,3 trilhões (no valor do real em 2008). Em outra alternativa, com menos danos para o meio ambiente, poderá chegar a R$ 16 trilhões, se o clima ajudar.

O Ipea estima o risco de reduções de 0,55% ou 2,3% respectivamente para esses valores. O aquecimento global poderá elevar a temperatura no Norte e Nordeste até 8 graus Celsius (ºC) em 2100 como consequência do desmatamento da floresta amazônica.

Entre os compromissos assumidos pelo país no Protocolo de Quioto, a redução do desmatamento figura como a contribuição de menor custo. O valor médio de carbono estocado na Amazônia foi estimado em US$ 3 por tonelada ou US$ 450 por hectare. Se esses valores forem utilizados para remunerar os agentes econômicos poluidores, seriam suficientes para desestimular até 80% a pecuária na Amazônia. Seria possível reduzir em 95% o desmatamento com o custo de US$ 50 por tonelada de carbono, aponta o Boletim Regional, Urbano e Ambiental divulgado pelo Ipea.

FONTE:
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,ipea-mostra-que-mudancas-climaticas-podem-reduzir-capacidade-de-geracao-energia,613711,0.htm

Especialistas sugerem uso de espelhos para gerar energia renovável

Especialistas sugerem uso de espelhos para gerar energia renovável
DA FRANCE PRESSE

A energia solar concentrada, produzida por centrais dotadas de espelhos que refletem os raios de sol para acionar uma turbina, pode mudar o mapa energético mundial, segundo estimativas de cerca de 800 especialistas de mais de 40 países reunidos no seminário Solarpaces, realizado em Perpignan, ao sul da França.

Até 2050, este tipo de energia renovável poderá representar cerca de 10% da produção mundial de eletricidade, calcula a AIE (Agência Internacional de Energia).

Países do norte de África, Austrália, Índia, África do Sul, Espanha e Portugal poderão abrigar esse tipo de central, que necessita de muito sol, explicou Cédric Philibert, especialista da AIE.

Estas centrais, denominadas "termodinâmicas", são dotadas de espelhos móveis que concentram a energia solar na direção de um tubo preenchido com um fluído que se aquece. Este calor produz vapor d'água e aciona uma turbina.

Com a queda do preço dos materiais e o aumento do consumo de eletricidade, a energia solar concentrada poderá tornar-se competitiva a partir de 2020, afirmam os especialistas.

O Emirado de Abu Dabi terá, daqui a dois anos, a maior central solar desse tipo, com capacidade de 100 megawatts, um projeto realizado pelo grupo francês Total em parceria com o espanhol Abengoa no valor de 600 milhões de dólares.

Entre os países desenvolvidos, Espanha e Estados Unidos lideram o setor, com várias centrais em atividade e muitos outros projetos, segundo Philibert.

Já o os futuros fornecedores de eletricidade para a Europa poderão encontrar espaço no norte da África.

NOVOS GERADORES DE ENERGIA

Há alguns anos, um grupo de especialistas também lançou a ideia de que toda a eletricidade consumida no mundo poderia ser produzida por uma central solar com superfície equivalente a 1% do deserto do Saara.

Uma unidade já foi instalada no Marrocos e poderá produzir cerca de dois gigawatts; outra funciona no Egito. Há ainda projetos em discussão na Argélia.

Estas iniciativas fazem parte do Plano Solar Mediterrâneo (PSM), que prevê a construção, até 2020, de instalações de produção de eletricidade renovável, por exemplo, com energia solar, no sul e a leste da bacia mediterrânea.

Parte dessa produção seria exportada para a Europa, o que estimulou algumas empresas a estudar a possibilidade de desenvolver uma rede sob o Mediterrâneo que permitirá transportar esta eletricidade para o norte.

Existe já uma linha entre Algeciras (sul da Espanha) e Tânger (norte do Marrocos). No momento, a energia transita da Espanha para o Marrocos, mas no futuro a situação poder se inverter.

A França é pioneira nessa tecnologia, com a inauguração, em 1969, do forno solar de Odeillo, nos Pirineus, o equipamento desse tipo mais potente construído até hoje (1.000 kilowatts).

FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/802883-especialistas-sugerem-uso-de-espelhos-para-gerar-energia-renovavel.shtml

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Vauban, a cidade Alemã sem carros

A cidade de Vauban, na região sudoeste da Alemanha, quer construir uma comunidade modelo, da qual quer excluir uma das maiores aquisições da vida contemporânea – o automóvel. Este local, onde o cantar dos pássaros substituiu o barulho do trânsito e as crianças já podem brincar na rua, tem os seus defeitos. De acordo com Tony Paterson do The Independent, padece de “monoculturalismo de classe média”.

Tony Paterson
Os alemães deram ao mundo o Audi e a auto-estrada, mas eliminaram de Vauban tudo o que tivesse quatro rodas e um motor. Neste subúrbio da cidade universitária de Freiburg, canteiros de flores exuberantes substituem o que normalmente estaria estacionado à frente das aprumadas casas de classe média. Em vez do bulício do trânsito, os residentes ouvem o cantar dos passarinhos.
"Se quiser ter carro, tem de pagar cerca de 20 mil euros por um lugar", diz Andreas Delleske, um dos fundadores do projecto, "mas perto de 57 por cento dos residentes venderam o carro que tinham para usufruir do privilégio de viver aqui". Consequentemente, a maior parte dos residentes anda de bicicleta ou no “tram” que liga Vauban ao centro de Freiburg. Se quiserem um carro para ir de férias ou para fazer mudanças, alugam um ou entram num esquema de carro partilhado.

Como não há carros, os responsáveis pelo planeamento de Vauban prescindiram quase por completo das estradas. As ruas e os caminhos são todos empedrados ou cobertos de gravilha e os automóveis só têm autorização para passar quando vão descarregar bens essenciais. Viver sem carros é apenas o começo daquela que é considerada uma das experiências ecológicas mais bem sucedidas na Europa e encarada como um projecto para o futuro.

As elegantes casas de Vauban, cidade com 5300 habitantes, têm umas amplas varandas e umas enormes janelas de sacada que dão para uns pacatos jardins. A impressão geral é a de uma pessoa ter sido apanhada num anúncio da empresa IKEA. Mas se o aspecto do bairro é eminentemente classe média, há uma revolução ecológica a fervilhar no subsolo. Todas as janelas têm vidros triplos. O sistema de ventilação proporciona a todos os apartamentos um ar fresco permanente. A maioria das casas está equipada com painéis solares e motores cogeradores inteligentes, que funcionam a aparas de madeira para aquecimento e fornecimento de energia eléctrica. A maioria das casas de Vauban gera um excesso de energia eléctrica e vende a que não utiliza às companhias de distribuição e fornecimento de energia.

Delleske tem imenso orgulho no facto de a sua casa de 90 m2 ser aquecida por uns meros 114 euros ao ano. "Quase toda a gente paga isso pelo aquecimento de um mês", afirma. Prescindiu da canalização das sanitas, chuveiros e lavatórios: os resíduos são transformados em composto nas sanitas biológicas e a água do banho e da lavagem da louça é filtrada e utilizada no jardim.

Vauban começa a ser conhecida. Todos os dias chegam seis ou sete camionetas de excursionistas – que estacionam nos subúrbios. À entrada, são saudados pelo slogan: "Estamos a construir o nosso mundo". Mas as origens deste subúrbio distanciam-se de todo este idealismo. Tudo começou em 1937, ao servir de aquartelamento ao exército da Wehrmacht de Hitler. No final da II Guerra Mundial, foi ocupada pelo exército francês e recebeu o nome de Bairro Vauban. Após a reunificação alemã e a retirada dos franceses, o bairro foi entregue à cidade de Freiburg, em 1994.

Pouco depois, um grupo de pessoas, quase todas da classe média e com uma grande consciência ecológica, criou o Fórum Vauban e entrou em negociações com a autarquia local. Nessa medida, foi criada uma comissão para desenhar casas ecologicamente sustentáveis. A maior parte dos edifícios militares do período nazi foi deitada abaixo e a reconstrução do local contou com a participação de mais de 60 arquitectos.

O projecto faz-nos pensar na força do movimento ecologista alemão. A autarquia de Freiburg é liderada por uma coligação de vereadores conservadores e dos Verdes, com estes últimos a ocupar a maioria dos mandatos. Nas últimas europeias, os Verdes conseguiram cerca de 60 por cento dos votos em Vauban. Este bairro também contraria a reputação da Alemanha de ter uma das mais baixas taxas de natalidade do mundo: cerca de 30 por cento dos seus habitantes têm menos de 18 anos. Ute e Frank Lits mudaram-se há cinco anos. Os filhos, de seis e 10 anos, quando saem do T4 da família no valor de 250 mil euros ficam logo no meio de um jardim comunitário. "Queríamos comprar uma casa e os princípios ecológicos desta localidade agradaram-nos", referiu Ute Lits. "Mas a razão principal é Vauban ser perfeita para as crianças. Têm um tipo de liberdade que muito dificilmente se encontraria num normal apartamento de cidade."

Não há nada que atormente o admirável mundo novo de Vauban, a não ser o tipo de monoculturalismo de classe média. No exterior de um antigo edifício nazi, actualmente a funcionar como restaurante orgânico, onde se comem uns ravioli de ricotta e carne de avestruz, é difícil encontrar alguém, novo ou velho, que não seja europeu. Wolfgang Konradi, animador sociocultural, diz que os adolescentes do bairro se comportam como qualquer jovem daquela idade. "O problema maior são os pais que vivem na expectativa de os filhos serem cidadãos exemplares", lamenta. Ina, sua mulher, acrescenta: "Isto aqui é muito agradável, mas é um pouco como se vivêssemos numa campânula de vidro. Acho que não gostaria de viver aqui para sempre."
Fonte: http://www.presseurop.eu/pt/content/article/43331-vauban-cidade-alema-sem-carros